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domingo, 12 de dezembro de 2010

"O GATO MALHADO E A ANDORINHA SINHÁ"

Ora estava-se mesmo a ver que, tendo um livro com apenas 100 páginas, ia lê-lo de um fôlego. Foi mesmo o que aconteceu. Comprei dois livros para a minha filha - este e o Principezinho - para que ela os leia durante as férias de Natal, pois irá participar num projecto de leitura sobre estas duas obras no próximo mês de Janeiro.
Os livros chegaram na sexta-feira, mesmo na altura em que terminei de ler o que tinha em mãos, e resolvi pegar nesta obra de Jorge Amado.
Embora seja um género de literatura infanto-juvenil, fiquei bastante tocada pela história, pois faz-nos pensar que devemos sempre aceitar os outros, apesar das suas diferenças... mas raramente isso acontece nos dias que correm.
Aqui fica mais uma sugestão para a Academia dos Livros.

Jorge Amado escreveu "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá" em 1948, para o seu filho João Jorge, quando este completou um ano de idade.
O texto andou perdido, e só em 1978 conheceu a sua primeira edição, depois de ter sido recuperado pelo seu filho e levado a Carybé para ilustrar.
Com ilustrações belíssimas, para um belíssimo texto, a história de amor do Gato Malhado e da Andorinha Sinhá continua a correr mundo fazendo as delícias de leitores de todas as idades.

O mundo só vai prestar
Para nele se viver
No dia em que a gente ver
Um gato maltês casar
Com uma alegre andorinha
Saindo os dois a voar
O noivo e sua noivinha
Dom Gato e dona Andorinha


Notas sobre o autor:
Jorge Amado nasceu em Pirangi, Baía, em 1912 e faleceu a 6 de Agosto de 2001. Viveu uma adolescência agitada, primeiro, na Baía, no início dos seus estudos, depois no Rio de Janeiro, onde se formou em Direito e começou a dedicar-se ao jornalismo. Em 1951 recebeu o Prémio Estaline, com a designação de "Prémio Internacional da Paz". Os problemas sociais orientam a sua obra, mas o seu talento de escritor afirma-se numa linguagem rica de elementos populares e folclóricos e de grande conteúdo humano, o que vai superar a vertente política. A sua obra tem toques de picaresco, sem perder a essência crítica e a poética. O seu sentimento humano e o amor à terra natal inspiram textos onde é evidente a beleza da paisagem, a tradição cultural e popular, os problemas humanos e sociais - uma infância abandonada e culpada de delitos, o cais com as suas misérias, a vida difícil do negro da cidade, a seca, o cangaço, o trabalhador explorado da cidade e do campo, o "coronelismo" feudal latifundiário perpassam significativamente na obra deste romancista dos maiores do Brasil e dos mais conhecidos no mundo. Fecundo contador de histórias regionais, Jorge Amado definiu-se, um dia, "apenas no baiano romântico, contador de histórias". Foi-lhe atribuído o Prémio Camões em 1994.