Gostei de ler este livro especialmente para ficar a conhecer as diferenças culturais e religiosas que há entre o povo muçulmano e a nossa cultura.
Um povo que se diz muito crente, que reza cinco vezes por dia, uma cultura em que não é permitido às mulheres andarem na rua com o rosto descoberto, em que há tantas e tantas restrições... e que depois se verifica que bem lá no fundo muitos deles não têm problemas nenhuns em pecar, roubar e até matar.
A história do desaparecimento de Nouf vai ficando mais complicada à medida que o livro avança e quando pensamos que já conseguimos desvendar o mistério, eis que surge uma reviravolta final que nos faz deitar por terra tudo que tínhamos pensado antes.
Uma bela leitura para quem gosta de saber costumes e tradições de outros povos.
Um romance de mistério passado na Arábia Saudita.
Há uma semana que Nayir Ash-Sharqui, guia do deserto e muçulmano fiel e 
praticante, anda à procura de Nouf, irmã do seu amigo Othman e filha 
mais velha de uma conhecida e abastada família saudita. Ninguém sabe ao 
certo se ela foi raptada, se simplesmente fugiu, mas, quando um grupo de
 beduínos encontra finalmente o seu corpo sem vida, Othman pede a Nayir 
que descubra como foi Nouf acabar, morta e grávida, no meio do deserto.
A tarefa de Nayir não é de forma alguma facilitada pelos códigos sociais
 árabes: não lhe é permitido falar com as irmãs nem com as amigas de 
Nouf, nem, de resto, com qualquer mulher solteira que não venha 
escoltada por um parente. Só os homens da família — os irmãos e o noivo 
de Nouf — poderão dar-lhe informações sobre a vida da jovem. Mas nenhum 
deles parece poder, ou querer, fazê-lo… A única pessoa que está disposta
 a ajudar Nayir, quer ele queira a ajuda dela, quer não, é a noiva de 
Othman, uma rapariga emancipada chamada Katya, que trabalha no gabinete 
do médico legista. Num país onde os códigos morais e religiosos são dos 
mais rígidos, o comportamento independente de Katya choca com tudo 
aquilo que Nayir acredita dever ser próprio de uma mulher. Mas, à medida
 que vão trabalhando juntos na resolução do assassinato de Nouf, Nayir 
começa a apreciar a inteligência viva de Katya e a sua paixão pela 
verdade; e, à medida que cresce a sua admiração por ela, vai-se 
estreitando cada vez mais o abismo entre os seus desejos e as suas 
crenças… Lutando simultaneamente com as suas convicções religiosas e com
 o enorme desejo de encontrar uma mulher e fundar uma família, a 
investigação de Nayir cedo se transforma numa busca da verdade não 
apenas em relação ao que aconteceu a Nouf, mas também em relação a si 
próprio.
Uma intriga magnificamente tecida num romance que consegue reunir ao 
suspense e a um desenlace surpreendente a originalidade de uma 
perspectiva única, inteligente e sem preconceitos sobre os códigos de 
uma sociedade que continua a ser, para nós, ocidentais, largamente 
desconhecida.
Notas sobre a autora:
Zoë Ferraris viveu durante um ano numa comunidade muçulmana conservadora
 de Jeddah, na Arábia Saudita, experiência que a inspirou na criação das
 personagens e da trama do romance À Procura de Nouf, que conquistou o 
primeiro prémio na categoria de Romance Policial na Santa Barbara 
Writer’s Conference. Zoe completou há pouco o Mestrado em Belas-Artes da
 Columbia University e é beneficiária da Graham Merit Fellowship do 
Departamento de Escrita da mesma universidade.