História bonita e ternurenta mas que até meio não me convenceu e até a achei ligeiramente enfadonha... mas a partir de certa altura a "escrita mágica" de Joanne Harris começa a fluir e toma conta de nós de uma forma arrebatadora.
Gostei do facto da acção se passar na mesma aldeia do livro "Chocolate" (um dos meus preferidos até hoje), achei as personagens simples e bem interligadas, os segredos do passado ficaram bem escondidos até ao final o que dá uma aura de mistério à obra.
Uma vez mais Joanne Harris está de parabéns por mais uma excelente obra.
Em Vinho Mágico a história é-nos contada por uma garrafa de Fleurie 1962, um vinho vivo e tagarela, alegre e um pouco impertinente, com um acentuado sabor a amoras.Jay Mackintosh, em tempos um escritor de sucesso, encontra-se em crise,
leva uma vida sem sentido e entrega-se à bebida. Até ao dia em que
abandona Londres e se instala em França, na aldeia de Lansquenet (a
mesma aldeia que serviu de cenário a Chocolate, o primeiro
romance de Joanne Harris). A partir daí a sua vida vai modificar-se,
nomeadamente por acção da solitária Marise (que esconde um terrível
segredo por detrás das persianas fechadas) e das recordações de Joe, um
velho muito especial que conheceu na infância e que lhe ofereceu
precisamente essa garrafa de propriedades invulgares e misteriosas...
Notas sobre a autora:
Escritora franco-inglesa, Joanne Michèle Sylvie Harris nasceu a 3 de
Julho de 1964, em Yorkshire. Filha de pai inglês e mãe francesa, ambos
professores, cresceu sentindo-se deslocada por força do seu bilinguismo,
num meio adverso ao cosmopolitismo. Refugiou-se portanto na leitura,
que povoou a sua fantasia de amigos imaginários, sobretudo nos primeiros
dez anos da sua vida.
Estudou no Wakesfield Girl's High e no Barnsley Sixth Form College.
Passou grande parte da sua adolescência a escrever, imitando os seus
autores favoritos, à procura do seu próprio estilo. Ao terminar o ensino
secundário, ingressou no St. Catherine's College de Cambridge, onde se
diplomou em Línguas e Literaturas Medievais e Modernas, Variante de
Estudos Franceses e Alemães. Neste período envolveu-se em algumas
actividades extra-curriculares, como a prática do Ju-Jitsu e a música,
chegando a actuar em vários bares de Cambridge com o seu baixo.
Antes de responder à vocação familiar do ensino, passou por uma breve
fase em que trabalhou como guarda-livros e como música. Começou depois a
ensinar Francês na Leeds Grammar School e, mais tarde, Literatura
Francesa na Universidade de Sheffield.
Em 1989 publicou o seu primeiro romance, The Evil Seed, a que se seguiu
Sleep Pale Sister (1993). Ambas as obras passaram despercebidas pela
crítica, nunca chegando a ser reeditadas. No entanto, dez anos após o
aparecimento do seu primeiro trabalho, surgiu com Chocolat (1999). A
obra, que constituiu um sucesso de vendas imediato, foi nomeada para um
Prémio Whitbread. Situado num lugar exótico no vale do Loire, em França,
o romance contava a história de uma jovem viúva que chega a uma aldeia
oprimida e decide abrir uma lojas de chocolates, que usa para adoçar a
amargura da população. Foi adaptado para o cinema pelo realizador Lasse
Hallström, contando com a presença de Juliette Binoche no papel
principal.
No ano de 2001 apareceu Five Quarters Of The Orange (Cinco Quartos de
Laranja), a que seguiram Blackberry Wine (2001), The French Kitchen, A
Cookbook (2002), Coastliners (2002, A Praia Roubada) e Holy Fools
(2003).