Foi a primeira obra que li de Agatha Christie fora do contexto "policial/thriller/mistério" e fiquei surpreendida, embora não seja um livro fantástico.
Como sempre a autora tem uma capacidade fenomenal de descrever as personagens e de nos fazer agarrar o melhor de cada uma delas.
Laura é uma personagem deliciosa e deveras interessante, quer na sua infância, quer na idade adulta.
Já a sua irmã Shirley deixa muito a desejar, não foi uma das personagens que me tocaram.
O que me despertou de facto a atenção foi a forma algo subtil como a autora aborda o tema amor, o que a falta ou excesso deste sentimento pode despertar na vida de cada pessoa, chegando mesmo a influenciar as suas vivências futuras.
O final é um pouco estranho, mas não deixa de se enquadrar no contexto da obra.
Laura Franklin fica muito afetada pelo nascimento da irmã. Como seria de
esperar, a encantadora bebé Shirley concentra as atenções da família.
Os ciúmes de Laura são tão intensos que ela chega a desejar a morte de
Shirley. Mas estes sentimentos negativos mudam drasticamente certa
noite, quando, após um incêndio, jura protegê-la com toda a sua força e
amor. Anos depois, quando Shirley começa a ansiar por liberdade e
aventura, Laura terá de questionar os limites de uma relação que se
tornou desigual. Terá o fardo do seu amor pela irmã tido um efeito
dramático e irreversível sobre as suas vidas?
Notas sobre a autora:
Agatha Christie nasceu Agatha May Clarissa Miller, em Torquay, na
Grã-Bretanha, em 1890. Durante a I Guerra Mundial, prestou serviço
voluntário num hospital, primeiro como enfermeira e depois como
funcionária da farmácia e do dispensário. Esta experiência revelar-se-ia
fundamental, não só para o conhecimento dos venenos e preparados que
figurariam em muitos dos seus livros, mas também para a própria
concepção da sua carreira na escrita. Com o seu segundo marido, o
arqueólogo Max Mallowan, Agatha viajaria um pouco por todo o mundo,
participando activamente nas suas escavações arqueológicas, nunca
abandonando contudo a escrita, nem deixando passar em claro a magnífica
fonte de conhecimentos e inspiração que estas representavam.
Autora de cerca de 300 obras (entre romances de mistério, poesia, peças
para rádio e teatro, contos, documentários, uma autobiografia e seis
romances publicados sob o pseudónimo de Mary Westmacott), viu o seu
talento e o seu papel na literatura e nas artes oficialmente
reconhecidos em 1956, ano em que foi distinguida com o título de Commander of the British Empire. Em 1971, a Rainha Isabel II consagrou-a com o título de Dame of the British Empire.
Deixando para trás um legado universal celebrado em mais de cem
línguas, a Rainha do Crime, ou Duquesa da Morte (como ela preferia ser
apelidada), morreu em 12 de Janeiro de 1976. Em 2000, a 31st Bouchercon
World Mistery Convention galardoou Agatha Christie com dois prémios: ela
foi considerada a Melhor Autora de Livros Policiais do Século XX e os livros protagonizados por Hercule Poirot a Melhor Série Policial do mesmo século.