Um livro duro e sofrido sobre a vida de duas mulheres no Afeganistão...
Duas mulheres que aparentemente nada têm em comum entre si, e com uma diferença de idades em que podiam ser mãe e filha, vêem-se unidas na dor e no sacrifício da vida que são obrigadas a levar sob a cultura que se vive no seu país.
Garantidamente este não é o meu estilo de livro preferido, mas de vez em quando faz-nos falta uma leitura destas, assim realista, para que possamos tomar consciência de outras culturas e costumes.
Há livros que se enquadram na categoria de verdadeiros fenómenos 
literários, livros que caem na preferência do público e que são votados 
ao sucesso ainda antes da sua publicação. Há já algum tempo que se ouvia
 falar de Mil Sóis Resplandecentes, do afegão Khaled Hosseini, depois da sua fulgurante estreia com O Menino de Cabul,
 traduzido em trinta países e agora com adaptação cinematográfica em 
Portugal. A verdade é que assim que as primeiras cópias de Mil Sóis Resplandecentes
 foram colocadas à venda, o romance liderou o primeiro lugar nos Estados
 Unidos, Reino Unido, Canadá, Alemanha, Holanda, Itália, Noruega, 
Nova-Zelândia e África do Sul, estando igualmente muito bem classificado
 no Brasil e em França. A própria Amazon americana afirmou que há muito 
tempo não tinha visto um entusiasmo tão grande a propósito de um livro. 
Devido ao elevado número de encomendas, nos Estados Unidos, foram 
realizadas cinco reedições ainda antes do livro chegar às livrarias e na
 primeira semana após a publicação, já tinham sido registadas um milhão 
de cópias em circulação. É pois um caso verdadeiramente arrebatador que 
combina preferências populares potenciadas pelo efeito de passa-palavra 
às melhores críticas internacionais. Confirmando o talento de um grande 
narrador, Mil Sóis Resplandecentes passa em revista os 
últimos trinta anos no Afeganistão através da comovente história de duas
 mulheres afegãs casadas com o mesmo homem, unidas pela amizade e pela 
dor proveniente dos abusos que lhes são infligidos, dentro e fora de 
casa, em nome do machismo e da violência política vigente durante o 
regime taliban, mas separadas pela idade e pelas aspirações de vida. Um 
livro revelador, que aborda as relações humanas e as reforça perante 
reacções de poder excessivo e impunidade.
Notas sobre o autor:
Khaled Hosseini nasceu em Cabul, no Afeganistão, em 1965, onde viveu até
 aos 11 anos, filho um diplomata e de uma professora de Literatura. 
Quando o seu pai foi convidado a trabalhar na embaixada afegã em França,
 a família mudou-se para Paris. O seu regresso estava previsto para 
1980, mas por essa altura, já o Afeganistão sofria a invasão soviética e
 um sangrento golpe de estado, pelo que a família Hosseini é obrigada a 
pedir asilo político aos Estados Unidos. Mudam-se então para San Diego e
 é lá que Khaled Hosseini  tira o curso de Medicina, na Universidade da 
Califórnia. 
Em 1993 começou a trabalhar como médico interno e em 1996 como físico. Em 2001 escreveu o Menino de Cabul, o seu primeiro romance, que está a ser adaptado ao cinema por Marc Forster e Sam Mendes.        


