
Depois de um almoço em família, em que tivemos 12 pessoas à mesa, nada melhor do que repousar um pouco e pôr a leitura em dia.
Os momentos de repouso deram para acabar de ler este livro, que achei muito bonito, pois é uma forma de ficarmos a conhecer mais um pouco quem foi a D. Amália, a grande diva do fado do nosso país.
Aqui fica mais um contributo da minha parte para a Academia dos Livros.

Uma Amália que gostava de ter sido bailarina; uma Amália fumadora inveterada, que chegava sempre cedo aos espectáculos e bebia chá aos litros; a Amália que rezou para amar e adormecia com os filmes do Fred Astaire; a Amália que gravava discos numa ou duas noites e gostava de queijo da Beira Baixa, com cheiro intenso; a Amália que nunca tirou a carta de condução e arrancava flores dos jardins de outras casas; a Amália que detestava palavrões e queria ter tido uma roça em África.
Uma Amália muito mais próxima de si. Mais do que alguma vez imaginou.

Estrela Carvas nasceu em Murça, no distrito de Vila Real, a 15 de Maio de 1942. Teve, desde criança, uma paixão pela música e pela figura mítica de Amália. Aos dezoito anos decide ir bater à porta da casa da grande fadista, na Rua de São Bento.
Nesse dia teve início uma relação de grande amizade que durou até à morte de Amália. Estrela seguiu Amália por todo o mundo, carregando os materiais de som, secretariando-a e sendo sua cúmplice e confidente. Ao todo, mais de três décadas de vida em comum.
Antes, Estrela vivera, desde os três anos, em Angola. Lá, já ouvia discos da fadista, fazia recortes, juntava fotografias e programas de espectáculos. Ainda teve tempo para experimentar ser professora primária e funcionária pública no Governo-Geral de Angola.
Hoje, continua ligada à Fundação Amália, guiando os apaixonados de todo o mundo que vêm visitar a casa da Amália, em Lisboa. O tempo que lhe restaq dedica-o aos netos. Sempre com Amália por perto.