Esta é já uma das minhas autoras favoritas pela sua escrita fluente e fácil de ler, mas confesso que tive alguma dificuldade em saber que classificação atribuir a este livro, por ser um livro de contos.
Para mim um livro de contos é daquele tipo de livros de fácil leitura, bom para ler na praia ou levar na mala para ler no autocarro... mas alguns destes contos pareceram-me confusos e desinteressantes.
Mas em contrapartida houve outros contos que me apaixonaram completamente, pois tinham personagens divertidas que me seduziram completamente.
Joanne Harris continua a ser uma autora a manter debaixo de olho.
As sarcásticas histórias de Danças & Contradanças podem ser
resumidas em duas palavras: malévolas e maliciosas. Como em muitos dos
seus romances, Joanne Harris consegue combinar de uma forma única
situações e personagens comuns - e até banais - com o extraordinário e o
inesperado. Mais do que nunca, a autora dá largas à sua imaginação e
apresenta-nos uma exuberante e prodigiosa caixa de Pandora que contém
tudo quanto é extravagante, estranho misterioso e perverso. De bruxas
suburbanas a velhinhas provocadoras, monstros envelhecidos, vencedores
da lotaria suicidas, lobisomens, mulheres-golfinho e fabricantes de
adereços eróticos, estas são vinte e duas histórias onde o fantástico
anda de mãos dadas com o mundano, o amargo com o doce, e onde o belo, o
grotesco, o sedutor e o perturbador estão sempre a um passo de
distância.
Escolham o vosso par, por favor. Danças & Contradanças é o
primeiro livro de contos de Joanne Harris, que, com a mestria a que já
nos habituou, consegue deliciar, surpreender, entreter e horrorizar em
igual medida. Suficientemente longas para aguçar o apetite, e breves a
ponto de serem lidas num piscar de olhos, estas são histórias
maliciosas, divertidas, por vezes provocadoras, mas sempre pessoais e
capazes de revelar uma faceta de Joanne Harris até agora desconhecida
dos seus leitores.
Notas sobre a autora:
Escritora franco-inglesa, Joanne Michèle Sylvie Harris nasceu a 3 de
Julho de 1964, em Yorkshire. Filha de pai inglês e mãe francesa, ambos
professores, cresceu sentindo-se deslocada por força do seu bilinguismo,
num meio adverso ao cosmopolitismo. Refugiou-se portanto na leitura,
que povoou a sua fantasia de amigos imaginários, sobretudo nos primeiros
dez anos da sua vida.
Estudou no Wakesfield Girl's High e no Barnsley Sixth Form College.
Passou grande parte da sua adolescência a escrever, imitando os seus
autores favoritos, à procura do seu próprio estilo. Ao terminar o ensino
secundário, ingressou no St. Catherine's College de Cambridge, onde se
diplomou em Línguas e Literaturas Medievais e Modernas, Variante de
Estudos Franceses e Alemães. Neste período envolveu-se em algumas
actividades extra-curriculares, como a prática do Ju-Jitsu e a música,
chegando a actuar em vários bares de Cambridge com o seu baixo.
Antes de responder à vocação familiar do ensino, passou por uma breve
fase em que trabalhou como guarda-livros e como música. Começou depois a
ensinar Francês na Leeds Grammar School e, mais tarde, Literatura
Francesa na Universidade de Sheffield.
Em 1989 publicou o seu primeiro romance, The Evil Seed, a que se seguiu
Sleep Pale Sister (1993). Ambas as obras passaram despercebidas pela
crítica, nunca chegando a ser reeditadas. No entanto, dez anos após o
aparecimento do seu primeiro trabalho, surgiu com Chocolat (1999). A
obra, que constituiu um sucesso de vendas imediato, foi nomeada para um
Prémio Whitbread. Situado num lugar exótico no vale do Loire, em França,
o romance contava a história de uma jovem viúva que chega a uma aldeia
oprimida e decide abrir uma lojas de chocolates, que usa para adoçar a
amargura da população. Foi adaptado para o cinema pelo realizador Lasse
Hallström, contando com a presença de Juliette Binoche no papel
principal.
No ano de 2001 apareceu Five Quarters Of The Orange (Cinco Quartos de
Laranja), a que seguiram Blackberry Wine (2001), The French Kitchen, A
Cookbook (2002), Coastliners (2002, A Praia Roubada) e Holy Fools
(2003).