Um livro pequeno e delicado mas muito bonito, e quem viver num meio pequeno como eu vivo, entende-o perfeitamente.
Conta basicamente as dificuldades porque passa uma mulher ao abrir um novo negócio - uma livraria - na pequena vila onde vive, os comentários por vezes maldosos que se geram, os desalentos, a desmotivação que toda a gente lhe tenta incutir, etc.
É verdade que em meios pequenos nem sempre é fácil aceitar e aprovar algo de novo e diferente, num meio onde toda a gente se conhece e toda a gente sabe da vida de cada um, por vezes não é fácil singrar...
Será que o projecto foi levado até ao fim? Leiam o livro e descobrirão...
Inglaterra, 1959.
Florence Green vive na pequena vila costeira de Hardborough, longe de tudo, e que se caracteriza precisamente por aquilo que não tem. Florence decide então, contra a implacável oposição local, abrir a primeira e única livraria da terra.
Florence compra um edifício abandonado há anos, gasto pela humidade e com o seu próprio fantasma. Como se não bastasse o mau estado da casa, ela terá de enfrentar as pessoas da vila que, de um modo cortês mas inabalável, lhe demonstram a sua insatisfação com a experiência da primeira livraria local. Só a sua ajudante, uma menina de dez anos, não deseja sabotar o seu negócio. Quando alguém sugere que coloque à venda a primeira edição de Lolita, de Nabokov, a vila sofre um "terramoto" subtil mas devastador. E finalmente Florence começa a suspeitar da verdade: uma terra sem uma livraria é, muito possivelmente, uma terra que não merece qualquer livraria.
Finalista do prestigiado Booker Pirze, A Livraria é uma obra-prima acerca do mundo dos livros, dos sonhos e das vicissitudes da vida, sob a forma de uma história envolvente e original
Notas sobre a autora:
Penelope Fitzgerald é uma das mais notáveis vozes da ficção britânica. Autora tardia, publicou o primeiro livro, uma biografia sobre o pintor Edward Burne-Jones, em 1975, a que se seguiu, dois anos depois, o seu primeiro romance, quando já tinha sessenta anos.
Depois de se licenciar em Somerville College, Oxford, trabalhou na BBC. Durante a guerra, foi editora de um jornal literário, geriu uma livraria e ensinou em várias escolas, incluindo uma de teatro.
Autora de nove romances, três dos quais - A Livraria, The Beginning of Spring e The Gate of Angels - estiveram na shortlist para o Booker Prize, Fitzgeral foi finalmente distinguida com o Booker Prize em 1979, com Offshore. O seu último romance, A Flor Azul, de 1995, foi repetidamente eleito pela imprensa internacional como "Livro do Ano". A autora ganhou ainda o Circle Award, atribuído pela America's National Book Critics, contribuindo para que se tornasse conhecida de um público mais vasto.
Reconhecida biógrafa e crítica, Penelope Fitzgerald escreveu ainda acerca da vida da poetisa Charlotte Mew e publicou a obra The Knox Brothers sobre o seu extraordinário pai - Edmund Knox, editor da revista Punch - e irmãos.
Fitzgeral faleceu em Londres em Abril de 2000, aos oitenta e três anos.