Livro muito interessante que viaja entre o passado e o presente de Mischa, homem marcado pelas histórias que ouviu contar da guerra, pelo sofrimento da sua mãe, pelo desaparecimento do seu pai e, acima de tudo, pelos traumas que sempre sofreu na infância por ser filho de um militar alemão e de sempre ter sido discriminado por isso, chegando ao ponto de perder a voz durante uma série de anos.
A história é interessante e o regresso que Mishca faz ao passado e aos locais onde passou parte da sua infância faz com que compreenda certas atitudes que a sua mãe teve que tomar ao longo da vida, bem como certos segredos que foi obrigada a esconder até ao fim dos seus dias.
Se é verdade que o regresso ao passado e o remexer nas memórias pode trazer sofrimento e novas descobertas, também é verdade que pode fazer regressar o amor, que há muito já se julgava perdido.
É impossível não gostar deste livro!!!
Mischa conhece bem a sensação de abandono. O seu pai alemão desapareceu no final da guerra, deixando-o a ele e sua à mãe entregues ao ódio e ao desprezo dos outros habitantes da vila francesa.
Um dia o vento traz-lhe Coyote, um americano, e a sua vida muda radicalmente. Deixando a França para trás, Mischa reencontra a felicidade ao lado da mãe e de Coyote numa pequena cidade americana. No entanto, e tal como aconteceu com o seu pai, o padrasto também desaparece de repente sem uma palavra.
Já adulto, Mischa vive atormentado por estas cicatrizes. Quando a sua mãe, ao morrer, entrega a um museu A Virgem Cigana, um célebre quadro de Ticiano cuja existência Mischa desconhecia por completo, este decide então regressar a França para fazer as pazes com o seu passado e descobrir a verdade sobre a origem do quadro, por mais dolorosa que esta possa ser.
Notas sobre a autora:
Santa Montefiore nasceu em Inglaterra em 1970, de mãe anglo-argentina. A sua formação na Universidade de Exeter dá-lhe a conhecer as línguas espanhola e italiana. Mora em Londres com o marido, o historiador Simon Sebag Montefiore, e com os filhos, Lily e Sasha.