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A mim faz-me muita confusão pensar que existe pedofilia no nosso país e por esse mundo fora, incomoda-me saber o que certas pessoas são capazes de fazer a crianças inocentes.
Por todas estas razões e muitas mais acho que livros destes deveriam sempre ser lidos, mais que não seja para "ouvirmos" as pessoas que durante tantos anos foram silenciadas. Aqui fica mais uma sugestão para a Academia dos Livros.
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Infelizmente, eu sou apenas um empregado de mesa, sem dinheiro. Não tenho quem me proteja e não tenho quem me defenda. Preocupo-me com o que possa acontecer no futuro às crianças que estão na Casa Pia e a outras crianças portuguesas que, não sendo alunas da Casa Piak, também poderão ser apanhadas nesta rede, como aconteceu no passado."
"Conto a minha história por três razões: a primeira de todas é para que a Casa Pia não seja esquecida e não deixe de estar na mira do país inteiro e, sobretudo, de quem deve zelar por ela.... em segundo lugar, para que toda a gente saiba a verdade sobre o que realmente se passou; em terceiro, e esta é a menos importante das três razões, porque talvez seja uma maneira de eu conseguir encerrar um capítulo muito triste e muito doloroso da minha vida. Embora saiba que nunca conseguirei esquecer o que se passou..."
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Francisco Guerra nasceu na Damaia a 27 de Outubro de 1985.
Foi retirado da guarda da família com cerca de cinco anos, idade em que é recebido pela primeira vez, numa instituição de solidariedade social: o Lar Evangélico Português, em Águas Santas. Uns anos mais tarde, é transferido para a Casa Pia de Lisboa, onde chega no dia 4 de Maio de 1998. Fica instalado no Lar Alfredo Soares e aí passa alguns dos anos mais difíceis da sua juventude, por ser vítima de diversos abusos sexuais.
Esta situação culmina com o início do processo Casa Pia, que incrimina várias pessoas da instituição, bem como da vida pública portuguesa.
Francisco Guerra conta à Polícia Judiciária o que sabe sobre o assunto, tendo em conta o seu suposto envolvimento no caso, acabando por ser considerado pela Polícia Judiciária e pelo Ministério Público uma das pricipais testemunhas do proceso. Hoje em dia, trabalha como empregado de mesa e, em simultâneo, estuda canto. O seu sonho é tornar-se tenor e levar a sua música aos outros.